A Natureza clama por SOCORRO!!!

    Dicas para reduzir a poluição do ar e os impactos das alterações climáticas

    Caminhe quando as distâncias forem curtas.
    Vá de bicicleta, sempre que for possível e seguro.
    Exija a construção de ciclovias e estacionamentos para bicicletas.
    Combine carona com os amigos e colegas de trabalho ou escola (revezamento).
    Racionalize as viagens.
    Opte pelo transporte coletivo. Exija um transporte público de qualidade.
    Deixe o carro na garagem alguns dias por semana.
    Se possível trabalhe em casa um dia da semana.
    Prefira veículos movidos a álcool, biodiesel ou modelos bicombustíveis (híbridos / flex).
    Escolha um modelo de veículo que gaste menos combustível por km rodado (mais eficiente).
    Calibre os pneus do seu carro ao menos uma vez por mês.
    Faça revisões periódicas no seu veículo para reduzir as emissões de poluentes.
    Abasteça o veículo em postos de sua confiança (evitar gasolina adulterada).
    Encoraje os seus familiares a usar menos o carro.
    No trabalho utilize videoconferências para evitar viagens.

    O congestionamento ou a redução da velocidade média aumentam muito a emissão de cada veículo.
    Deixe para fazer passeios mais distantes nos finais-de-semana.
    Não desperdice energia elétrica.
    Procure adquirir eletrodomésticos com maior eficiência energética.
    Quando possível, prefira o ventilador ao ar condicionado.
    Empresas e chefes devem liberar os funcionários de usar ternos em dias de calor no verão.
    Consuma menos água quente. Gasta-se muita energia para aquecer a água. Opte por lavar roupas na máquina a frio.
    Compre alimentos frescos em vez de congelados. Dê preferência aos produzidos localmente.
    Prefira alimentos orgânicos pois os solos deste tipo de cultivo absorvem mais gás carbônico que os solos das plantações convencionais.
    Economize gás de cozinha. Abaixe a chama do fogão assim que ferver, mantenha a panela centralizada, use somente a quantidade de água necessária, coloque alimentos duros de molho na água antes do cozimento (feijão), use a panela de pressão e evite ficar abrindo a porta do forno a todo instante para ver o assado.
    Chame só um elevador e não dois ao mesmo tempo. Desça de escadas se o andar for baixo.
    Recicle sempre. Separe o material reciclável do seu lixo. Isto faz muita diferença.
    Evite produtos muito embalados.
    Prefira papel reciclado.
    Utilize o mínimo necessário de papel (ex. guardanapos). Evite imprimir sem necessidade.
    Em banheiros públicos, dispense o uso de papel para secar as mãos, sempre que tiver outras alternativas.
    Não queime lixo doméstico.
    Plante árvores nativas e cuide delas. Elas são aspiradores naturais de gás carbônico.
    Participe de ações contra a destruição de nossas florestas.
    Denuncie queimadas ilegais.
    Não compre móveis feitos de madeira de desmatamento. Exija certificado de origem.
    Consuma menos carne. A criação de gado exala metano (gás do efeito estufa).

    Incentive sua escola ou local de trabalho a reduzir as emissões.
    Exija responsabilidade ambiental das indústrias.

    Como cidadão consciente exija do governo :
    - ações urgentes para interromper totalmente o desmatamento e as queimadas;
    - projetos de florestamento e reflorestamento (proteger nascentes e margens dos rios);
    - políticas públicas ambientais que limitem as emissões de gases do efeito estufa;
    - maior uso de fontes renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, pequenas hidrelétricas);
    - a criação de incentivos para melhor eficiência e sistemas limpos nos setores energético, industrial e de transportes;
    - promover a eficiência ecológica no setor de construção (um menor consumo de energia em itens como ar-condicionado e iluminação em casas e escritórios; uso mais eficiente de concreto, metais e madeira na construção, etc);
    - preparação para enfrentar situações de emergência tomando medidas preventivas (ex. : evitar deslizamentos de terra sobre moradias) e garantindo rápido socorro para as pessoas vitimadas pelos impactos do desequilíbrio climático.
    Para a produção de biocombustíveis, o ideal é usar tecnologias que evitem o uso de alimentos como fonte de energia, visto que a população mundial cresce aceleradamente e as florestas estão encolhendo. Para abastecer um tanque com 50 litros de etanol feito a partir do milho são necessários 200 quilos de milho. Os recursos naturais são limitados e o uso da terra deve ser racional para evitar que mais pessoas passem fome no mundo enquanto outros passeiam de carro.
    Você pode calcular sua emissão anual de CO2 e a quantidade de árvores por ano que deverá plantar a fim de neutralizar os gases de efeito estufa emitidos no site: http://www.iniciativaverde.org.br/pt/calculadora.

    OBS: O mais importante para combatermos o efeito estufa - Os brasileiros precisam assumir a liderança de cobrar o fim dos desmatamentos e das queimadas de nossas florestas.


    O que fazer?

    * Aquecimento Global

    Introdução

    Todos os dias acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viu mudanças tão rápidas e com efeitos devastadores como tem ocorrido nos últimos anos.
    A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão derretendo (fator que pode ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando tudo isso? Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos.
    Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.
    O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências em nível global.
    Conseqüências do aquecimento global

    - Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas;
    - Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;
    - Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;
    - Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças.
    Protocolo de Kyoto
    Este protocolo é um acordo internacional que visa a redução da emissão dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.
    Conferência de Bali
    Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro de 2007, na ilha de Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança Climática terminou com um avanço positivo. Após 11 dias de debates e negociações. os Estados Unidos concordaram com a posição defendida pelos países mais pobres. Foi estabelecido um cronograma de negociações e acordos para troca de informações sobre as mudanças climáticas, entre os 190 países participantes. As bases definidas substituirão o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.
    Soluções para o Aquecimento Global
    • Diminuir o uso de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, querosene) e aumentar o uso de biocombustíveis (exemplo: biodíesel) e etanol.
    • Os automóveis devem ser regulados constantemente para evitar a queima de combustíveis de forma desregulada. O uso obrigatório de catalisador em escapamentos de automóveis, motos e caminhões.
    • Instalação de sistemas de controle de emissão de gases poluentes nas indústrias.
    • Ampliar a geração de energia através de fontes limpas e renováveis: hidrelétrica, eólica, solar, nuclear e maremotriz. Evitar ao máximo a geração de energia através de termoelétricas, que usam combustíveis fósseis.
    • Sempre que possível, deixar o carro em casa e usar o sistema de transporte coletivo (ônibus, metrô, trens) ou bicicleta.
    • Colaborar para o sistema de coleta seletiva de lixo e de reciclagem.
    • Recuperação do gás metano nos aterros sanitários.
    • Usar ao máximo a iluminação natural dentro dos ambientes domésticos.
    • Não praticar desmatamento e queimadas em florestas. Pelo contrário, deve-se efetuar o plantio de mais árvores como forma de diminuir o aquecimento global.
    • Uso de técnicas limpas e avançadas na agricultura para evitar a emissão de carbono.
    • Construção de prédios com implantação de sistemas que visem economizar energia (uso da energia solar para aquecimento da água e refrigeração).

    Algumas Noticias:
    1- Aprendendo com as enchentes de Santa Catarina:
    As mudanças climáticas que observamos no planeta inteiro com o gradual e continuo aquecimento da atmosfera e dos oceanos devido a alta concentração dos gases do efeito estufa que torna a atmosfera mais ativa intensificando gradualmente eventos como fortes chuvas, ciclos de secas, maior numero de furações e tufões também tem afetado o Brasil e entre todos os estados Santa Catarina e Rio Grande do Sul vem sofrendo com maior intensidade os efeitos do aquecimento global, a alguns anos atrás o Rio Grande do Sul sofreu um grande ciclo de secas que deteriorou bastante a economia agropecuária da região, Santa Catarina sofreu em 2005 um furacão que os meteorologistas não acreditaram que seria possível, pois este tipo de evento climática nunca havia sido registrado no atlântico sul, no entanto, este foi o primeiro, e felizmente a marinha e a defesa civil acreditaram na intensidade e força do evento e tomaram a tempo as medidas certas que amenizaram as perdas de vidas e os danos materiais, mesmo assim milhares de residências foram destruídas.
    Na linha do equador uma grande seca sem precedentes atingiu a Amazônia em 2005 que colocou em risco todo aquele gigantesco ecossistema, fundamental para a regularidade do clima no Sudeste e Sul do Brasil.
    O estado de Santa Catarina já sofreu outras enchentes anteriormente, mais nunca com a intensidade como a de novembro de 2008. O país precisa aprender com este trágico evento climático, e preparar-se para o futuro, o estado não pode apenas mostrar-se presente á luz dos holofotes da impressa, e necessário que haja um planejamento para lidar com esta nova realidade que esta se formando com as mudanças climáticas.
    2- Acidez dos oceanos acelera mais que o previsto:
    Os níveis crescentes de dióxido de carbono na atmosfera estão aumentando a acidez dos oceanos dez vezes mais depressa do que os cientistas pensavam.
    Um projeto de oito anos numa ilha do Pacífico nos EUA descobriu uma queda no pH da água no período e quanto mais baixo for o pH, mais ácido o ambiente. Seus autores, da Universidade de Washington, prevêem riscos para os organismos que formam carapaças de cálcio, porque essas criaturas dependem de um ambiente mais alcalino para viver.
    Segundo Timothy Wotton, principal autor do trabalho, a variação da acidez está relacionada com o aumento do CO2 na atmosfera. Esse gás, produzido pela a queima de combustíveis fósseis, reage com a água formando ácido carbônico. A acidez compromete, além das criaturas que formam conchas, a capacidade do oceano de absorver mais CO2.

    3- Amazônia some com 50% de desmate:
    A floresta amazônica deixará de existir se mais 30% dela forem destruídos. A afirmação foi feita ontem em Manaus, durante a conferência científica Amazônia em Perspectiva.
    "O número agora está consolidado. Se 50% de toda a Amazônia for desmatada, um novo estado de equilíbrio vai existir no bioma", afirma Gilvan Sampaio, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Hoje aproximadamente 20% de toda a floresta amazônica, que tem mais de 8 milhões de quilômetros quadrados, já sumiram "No Brasil, esse número está ao redor de 17%."
    E pode chegar aos 50% até o meio do século. Um estudo de 2006 da Universidade Federal de Minas Gerais prevê que, se o ritmo do corte raso continuar, quase metade da floresta que sobra hoje tombará até 2050.
    O novo modelo desenvolvido pelo pesquisador não considera mais a vegetação como algo estático, como ocorria nos estudos apresentados anteriormente. "Desta vez, existe uma espécie de conversa entre o clima e a vegetação", afirma Sampaio, que havia publicado uma versão anterior de seus modelos no ano passado.
    De acordo com o estudo, que analisa a situação da floresta num intervalo de 24 anos, a região leste da Amazônia ainda é a mais sensível. Como o clima depende da vegetação, e vice-versa, a ausência de árvores na parte oriental da Amazônia fará com que as chuvas diminuam até 40% naquela região.
    "As pessoas têm a idéia de que a floresta cortada sempre se regenera, mas nesse novo estado de equilíbrio isso não deve mais ocorrer, pelo menos no leste da floresta."
    O estudo também mostra que a geografia do desmatamento pouco importa para que o ponto de não-retorno da floresta seja atingido. "A questão é quanto você tira e não de onde". Se países como o Peru e a Venezuela, onde a situação da floresta é melhor hoje, começarem a desmatar muito, todo o bioma estará em perigo.
    A conseqüência desse novo equilíbrio ecológico será bem mais impactante no lado leste. Sem chuva, a tendência é que toda a região vire uma savana pobre. "Não é possível falar em cerrado, porque ele é muito mais rico do que a capoeira que surgiria na Amazônia."
    O oeste amazônico, entretanto, onde estão o Amazonas e Roraima, continuariam a ter florestas, mesmo nessa nova realidade climática. "A umidade continuaria a ser trazida do Atlântico pelo vento", diz.
    O desafio brasileiro para impedir que a floresta entre em um novo estágio evolutivo parece até fácil de ser resolvido -no papel. Dos 5 milhões de hectares da Amazônia que estão dentro do país, 46% são protegidos por lei. Mas, na prática, a preservação dessas regiões não é integral.
    Uma prova clara disso foi dada ontem também na conferência de Manaus. Dados apresentados por Alberto Setzer, também do Inpe, mostram que entre 2000 e 2007 os satélites registraram focos de incêndio em 92% das unidades de conservação da Amazônia. "Isso me deixa consternado", diz Setzer.
    Em Roraima e Tocantins, 100% das áreas de proteção ambiental tiveram incêndios. "Muitas dessas unidades de conservação não têm nem meios para combater o fogo", afirma o pesquisador.
    O sumiço de parte da floresta amazônica terá conseqüências imediatas para o Nordeste. "A tendência de desertificação vai aumentar bastante", diz Sampaio. O grupo do Inpe ainda estuda as conseqüências da possível nova Amazônia para as demais regiões do Brasil.
    4- Nicholas Stern coloca o aquecimento global em números:
    Para Stern, a crise financeira e o aquecimento global não são desastres naturais, mas de origem humana. Para o economista Nicholas Stern, conselheiro do governo britânico para assuntos de mudanças climáticas, a crise financeira global terá impacto fundamental nas discussões da Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas.
    A cúpula, que será realizada na Dinamarca em dezembro de 2009, deverá estabelecer o acordo internacional destinado a substituir o Protocolo de Kyoto. Embora a crise financeira possa diminuir a capacidade de investimento dos países desenvolvidos em esforços de redução das emissões de carbono, ela também ensina muito sobre os riscos da falta de sustentabilidade econômica, na opinião de Stern, que participou nesta segunda-feira (3/11) do workshop Avaliação do Relatório Stern, realizado na sede da FAPESP em São Paulo, em promoção conjunta com a Embaixada Britânica.
    O relatório Stern, coordenado pelo economista a pedido do governo britânico e publicado em 2006, analisa os impactos econômicos das mudanças climáticas e conclui que, com um investimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, pode-se evitar a perda de 20% do PIB em 50 anos.
    Durante o evento, que integra as atividades do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, Stern comentou a revisão posteriormente realizada no relatório e divulgada em abril de 2008. O novo estudo, intitulado Acordo Global em Mudanças Climáticas feito na Escola de Ciência Política e Econômica de Londres (LSE, na sigla em inglês), faz diversas propostas para a realização de um acordo global a ser discutido na conferência de dezembro.No novo estudo, Stern admite ter subestimado os efeitos do aquecimento global no relatório de 2006 e propôs que os países desenvolvidos devem se comprometer a cortar em até 80% suas emissões de carbono até 2050, enquanto as nações emergentes devem concordar em estabelecer metas de cortes até 2020.
    Stern, que já foi economista-chefe e vice-presidente do Banco Mundial, comparou os efeitos da crise financeira mundial com as conseqüências previstas das mudanças climáticas globais. “A crise financeira não é um desastre natural, assim como o aquecimento global. São desastres de origem humana, conseqüências de se ignorar os riscos de uma economia que não é sustentável. O risco ignorado é geralmente amplificado. Essa é uma lição da crise econômica que precisa ser transposta para a crise ambiental”, afirmou Stern.
    Para ele, a inércia que levou à crise financeira não pode ser repetida na crise climática. “Ignorar os riscos das mudanças climáticas é muito mais grave que ignorar os riscos financeiros. Por outro lado, as novas tecnologias de baixa emissão de carbono e os mercados de carbono são grandes oportunidades abertas pela crise ambiental. E elas se caracterizam pela sustentabilidade, ao contrário do que acontece com as bolhas especulativas das empresas na internet ou no mercado imobiliário”, declarou.
    Citando o estudo, o economista afirmou que a eficiência energética será central de agora em diante, tanto para o combate aos efeitos das mudanças climáticas como para a economia. “As adaptações para melhorar a eficiência energética têm grande potencial para gerar renda e trabalho, além de representar uma fonte de energia. A eficiência será o principal motor do processo de recuperação, assim como o desenvolvimento de tecnologias limpas”, disse. Stern destacou também a necessidade de estabelecer os preços do carbono por meio de taxas, comércio de carbono e regulamentações.
    Segundo ele, é importante definir um valor global para o carbono, de modo a deixar claro o custo social e ambiental de cada atividade que provoca emissões. “O preço, que está por volta de 25 euros, em média, deverá chegar a 40 euros em poucos anos”, estimou. Para o economista, o desenvolvimento e o clima são os problemas centrais do século 21. “Se falharmos para lidar com um deles, vamos falhar com o outro também. As mudanças climáticas minam o desenvolvimento e não vamos mais poder separar os dois assuntos. O que chamamos de adaptação às mudanças climáticas é um sinônimo de desenvolvimento em uma situação hostil”, afirmou. Economia do Clima no Brasil - Participaram do debate o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, o professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) Jacques Marcovitch, o coordenador da Comissão Especial de Bioenergia do Estado de São Paulo, José Goldemberg, e o pesquisador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordenador executivo do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, Carlos Nobre. Coordenador do estudo Economia das Mudanças Climáticas no Brasil (EMCB), realizado por um consórcio de pesquisadores de diversas instituições, Marcovitch apresentou durante o evento o site Economia do Clima.
    De acordo com Marcovitch, o estudo terá seus resultados consolidados apresentados a partir de junho de 2009. “O objetivo é identificar estratégias para lidar com os riscos das mudanças climáticas e avaliar a efetividade das medidas de mitigação já em curso a fim de propor políticas públicas”, disse. Marcovitch explicou que o estudo, cuja concepção teve início em junho de 2007, conta com apoio da Embaixada do Reino Unido.
    “Com um horizonte focado no ano de 2100 e com base nos modelos climáticos desenvolvidos pelo CPTEC-Inpe, o projeto estuda temas como agricultura, energia, uso da terra e desmatamento, biodiversidade, recursos hídricos, zona costeira, migração e saúde”, explicou.

    5- Saiba o que é o Relatório Stern:


    O Reino Unido apresenta-se daqui para frente como um dos principais países envolvidos na luta contra os efeitos do aquecimento climático.
    Destinado a servir como base para uma política que se quer decidida, o relatório Stern, que foi tornado público em 30 de outubro, alerta para os riscos de uma recessão econômica "de uma amplidão catastrófica" caso nenhum esforço for rapidamente empenhado na escala do planeta contra o efeito-estufa.
    A originalidade deste documento de mais de 600 páginas, que foi encomendado em julho de 2005 pelo poderoso ministro da Economia e das Finanças, Gordon Brown, ao chefe do serviço econômico do governo britânico, Sir Nicholas Stern, está no fato de ele oferecer uma avaliação em números – particularmente preocupante – do que custaria a inexistência de um compromisso da humanidade como um todo frente a essa ameaça.
    Segundo explica Sir Nicholas, o produto interno bruto mundial (PIB), poderia sofrer, daqui até o final do século, uma redução "muito grave", situada entre 5% e 20 %. O preço a pagar para esse desaquecimento se elevaria a mais de 3,7 trilhões de libras (R$ 15,12 trilhões).
    As enchentes, o derretimento das geleiras, a diminuição dos recursos em água que seriam provocados por essas mudanças ambientais poderiam conduzir à "migração" de dezenas, e até mesmo de centenas, de milhões de "refugiados climáticos" em certas partes do mundo, geralmente as mais pobres, tais como as áreas costeiras por todo o planeta e a África sub-sahariana.
    Os perigos apontados por esta perícia não constituem nenhuma novidade, mesmo se o custo anunciado das suas conseqüências é de natureza a impressionar as mentes.
    De fato, o objetivo do relatório Stern é de rebater os argumentos que costumam ser alegados pelos Estados os mais poluidores do planeta – os EUA, assim como a Índia e a China –, segundo os quais a luta contra o aquecimento planetário prejudicaria o seu desenvolvimento econômico.
    Não é verdade. Segundo Sir Nicholas, a redução desde já das emissões de gases de efeito estufa não iria reduzir o PIB em mais de 1%.
    A situação catastrófica anunciada pelo relatório, "de uma amplidão análoga àquelas que se seguiram às grandes guerras e à grande depressão da primeira metade do século 20", foi projetada com base nas previsões oficiais britânicas de um aumento de 4% a 5% daqui até 2050 das temperaturas em relação aos valores atuais.
    Além das suas conclusões macroeconômicas, a outra novidade apresentada pelo Stern Report se dá por meio do apelo a agir rápido e das iniciativas efetivas que ele preconiza.
    "O aquecimento climático deixou de ser apenas uma questão da alçada exclusiva dos especialistas da proteção do meio-ambiente e dos cientistas", sublinha Beverley Darkin, do Centro de pesquisas londrino Chatham House sobre o problema do aquecimento.
    "Este relatório situa a responsabilidade da ação firmemente no campo dos protagonistas da política externa e econômica".
    Portanto, a palavra fica cada vez mais com os políticos e os economistas, ao menos aqueles que estão conscientes dos enormes interesses que estão em jogo nesta questão.
    Este parece ser o caso na Grã-Bretanha onde está sobressaindo um consenso político tanto à direita como à esquerda em torno deste problema. Aliás, na esteira da publicação do relatório Stern, o ministro das finanças, que é também o provável sucessor de Tony Blair, pediu aos seus parceiros europeus para diminuírem as suas emissões de CO2 de 30% daqui até 2020, e de 60% daqui até 2050.
    O seu colega encarregado do meio-ambiente, David Milleband, propôs por sua vez uma série de "taxas verdes" sobre o transporte aéreo, o transporte rodoviário e sobre alguns equipamentos domésticos.
    Em virtude desta estratégia fiscal, que poderia ser revelada, em 15 de novembro, no discurso do Trono, os contribuintes britânicos serão tributados não só sobre a sua renda, mas também em função do seu comportamento ecológico.
    "Nós estamos e continuaremos sendo na vanguarda da luta contra as mudanças climáticas", declarou a Comissão Européia, que se mostrou favorável ao relatório Stern.
    O Foreign Office (equivalente ao ministério das relações exteriores) insistiu sobre o papel-chave da Alemanha, que assume no próximo ano a presidência conjugada do G8 dos países os mais industrializados e da União Européia, para dar prosseguimento a esta missão na escala mundial.
    Do ponto de vista das autoridades londrinas, a prioridade deverá ser de atuar de modo a acelerar as negociações internacionais - visando a encontrar um sucessor ao tratado global de Kyoto de redução do efeito-estufa -, as quais terão início no próximo mês em Nairóbi (Quênia).
    Para incentivar os norte-americanos a exercerem uma pressão sobre a administração Bush, que se recusa a ratificar o protocolo, Gordon Brown retirou um trunfo da sua cartola. Ele contratou os serviços de um novo e influente conselheiro, o antigo vice-presidente americano Al Gore, cujo filme sobre a defesa do planeta Terra vem conquistando inúmeras platéia, e que se tornou com isso um dos protagonistas os mais ardorosos e os mais convincentes da necessidade de uma luta contra o aquecimento e contra a inação da administração Bush.
    As associações de defesa do meio-ambiente, tais como o WWF (World Wildlife Fund) entenderam perfeitamente a mensagem, interpretando a publicação do relatório Stern como um "apelo a despertar".

    6- Vale tenta licenciar usina a carvão na Amazônia:

    A Vale avança para licenciar uma usina termelétrica no Estado do Pará que, além de contribuir para sujar a matriz energética brasileira, deve frustrar o plano do governo de criar um projeto de reflorestamento sustentável na área de Carajás, uma das mais desmatadas da região amazônica.
    A usina, de US$ 898 milhões, utilizará carvão mineral importado da Colômbia e emitirá 2,2 milhões de toneladas de CO2 ao ano o equivalente a 3,6% das emissões de todo o setor energético brasileiro em 2005. O carvão mineral é o mais sujo dos combustíveis fósseis.
    A empresa já conseguiu, no fim do mês passado, a aprovação da licença prévia para o funcionamento da termelétrica que ficará em Barcarena, região metropolitana de Belém. Agora, falta obter a licença de instalação e, na seqüência, a de operação. A autorização foi dada pelo Coema (Conselho Estadual de Meio Ambiente).
    A usina irá gerar 600 megawatts de energia ao ano, para abastecer o pólo siderúrgico de Carajás, no sudeste do Estado.
    A opção pela termelétrica parece contrariar o discurso de sustentabilidade da empresa. Em seu site, a Vale explica suas "diretrizes corporativas sobre mudanças climáticas e carbono". Entre elas estão "promover a eficiência energética e a redução do consumo dos combustíveis fósseis".

    A Vale admite que optou pela térmica para ter energia no curto prazo. "Hoje as termelétricas são a única opção viável em volume, custo e, principalmente, em prazo compatível para evitar que o Brasil corra o risco de racionamento de energia a partir de 2010."
    De acordo com Tasso Azevedo, diretor-geral do SFB (Serviço Florestal Brasileiro), a criação da termelétrica vai ampliar "o uso do pior dos combustíveis, que é o carvão mineral". Segundo ele, poderia ser usado carvão vegetal, por meio do plantio de novas florestas -o que, ao mesmo tempo, recuperaria áreas hoje degradadas.
    "A questão é que essa é uma opção suja, energeticamente na contramão do que a gente imaginava que pudesse ser feita na Amazônia", disse.
    Em sua opinião, a Vale está dando sinais de que vai trazer carvão mineral não só para gerar energia, mas também para abastecer as guseiras de Carajás, o que prejudicará ainda mais o reflorestamento.
    Hoje, as siderúrgicas utilizam carvão vegetal, muitas vezes ilegal. Segundo o secretário estadual do Meio Ambiente do Pará, Valmir Ortega, aproximadamente 20% do carvão vegetal não tem origem legal.
    A idéia do SFB era criar um distrito florestal sustentável na região de Carajás, incentivando o plantio de florestas de eucalipto para abastecer o pólo e de repor o que foi devastado.

    Neutralizar

    Azevedo defende que seja cobrada das empresas a reposição florestal como forma de compensar o uso de carvão mineral nos casos em que poderiam ser utilizados carvão vegetal.
    "Essa é uma questão estratégica. Se podem usar carvão vegetal mas optam pelo carvão mineral, estão aumentando as emissões. Então, deveriam neutralizar", afirma.
    Ortega disse que aprovação da licença foi um "dilema". Ele afirmou que, como a empresa cumpriu todas as exigências, não havia outra alternativa senão aprovar. Porém, admite que o "carvão mineral não é o desejável". Ele ressaltou, no entanto, que a licença foi bastante rigorosa e que as termelétricas não são novidade na Amazônia.
    Ele concorda que o desafio é acelerar o reflorestamento na região e disse que o Estado tem atuado neste sentido. "O Pará contribuiu com 150 mil hectares de reflorestamento neste ano. No Brasil inteiro foram 600 mil hectares", disse.



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